Ciclo menstrual

O ciclo menstrual é regulado pelo hipotálamo, que estimula a hipófise (uma glândula situada na base do cérebro, imediatamente por baixo do hipotálamo).
A hipófise liberta duas hormonas que regulam o ciclo reprodutor feminino, a hormona luteinizante (LH) e a hormona folículo-estimulante (FSH).
A LH e a FSH influenciam a produção de estrogénios e de progesterona que, por sua vez, controlam as alterações cíclicas que ocorrem no revestimento do útero, incluindo a menstruação.
O ciclo menstrual é constituído por 3 fases diferentes e tem a duração de, normalmente, 28 dias. Contudo, ciclos com a duração entre 21 e 35 dias são considerados normais. O ciclo inicia-se com o primeiro dia da menstruação e termina no dia anterior à menstruação seguinte. O ciclo é constituído por 3 fases:

Fase 1: Fase folicular (antes da libertação do óvulo)

Esta fase é iniciada com a menstruação e tem a duração de 12 a 14 dias. Os níveis de estrogénio e progesterona estão baixos, que tem como consequência o aparecimento da menstruação. A menstruação, também denominado de período, é a descamação da parede do útero (endométrio) quando não existe fecundação. Ou seja, quando o óvulo não é fecundado por nenhum espermatozoide, ocorre descamação do tecido do endométrio, que origina a perda de fluxo sanguíneo, também conhecido por fluxo menstrual. Durante esta fase, os níveis de hormonas folículo-estimulante aumentam ligeiramente e estimulam o desenvolvimento de vários folículos nos ovários, sendo que cada folículo contém um óvulo. Posteriormente, os níveis de hormonas folículo-estimulantes (FSH) diminuem e apenas um folículo continua o seu desenvolvimento. Este folículo produz estrogénio.
Nesta fase é normal sentires cólicas na zona abdominal. A fraqueza, dores de cabeça, irritabilidade também são sintomas comuns. Não te preocupes! É fisiológico, é natural.

Fase 2: Fase ovulatória

Nesta fase ocorre a libertação do óvulo pelo ovário - Ovulação. O óvulo, após ser libertado, desce pelas trompas de Falópio até ao útero. A ovulação ocorre, pois nesta fase há um aumento dos níveis de LH e de FSH. A LH estimula a libertação do óvulo, que normalmente, ocorre de 16 a 32 horas após o inicio do aumento dos níveis de hormonas. O nível de estrogénio atinge o seu pico e o nível de progesterona começa a aumentar.
Nesta fase sentes-te mais animada e há um aumento da libido. É o período mais fértil da mulher.

Fase 3: Fase lútea

Após a ovulação entra-se na fase lútea. Tem a duração de aproximadamente 14 dias (caso não ocorra fecundação) e termina pouco antes do período menstrual. A LH e os níveis de FSH diminuem. O folículo rompido (após libertar o óvulo) cicatriza e forma-se o corpo lúteo. Esta etapa leva ao aumento dos níveis de progesterona e é esta hormona que é responsável por preparar o útero no caso de ocorrer fecundação e o embrião ser implantado na parede do útero (endométrio). Ou seja, a progesterona faz com que o endométrio engrosse (ocorre aumento de líquidos e nutrientes) de forma a nutrir o embrião implantado. O muco no colo do útero também aumenta e fica mais espesso. A progesterona também faz com que a temperatura corporal aumente ligeiramente, que permanece elevada até ao inicio do período menstrual.
Durante a maior parte da fase lútea, o nível de estrogénio é alto. O estrogénio também estimula o endométrio a engrossar.
O aumento dos níveis de estrogénio e progesterona estimulam o aumento dos ductos de leite nos seios, o que leva à dilatação dos mesmos. Como resultado, os seios podem ficar mais sensíveis.
Nesta fase, também podem ocorrer os sintomas da TPM (Tensão Pré-Menstrual). Podes-te sentir mais irritada, sensível e com mudanças de humor.
Se o óvulo não for fecundado ou se o óvulo fecundado não se implantar, o corpo lúteo degenera-se após 14 dias. Nesta fase, os níveis de estrogénio e de progesterona diminuem e um novo ciclo menstrual se inicia.

E se o embrião for implantado?

Neste caso, as células ao redor do embrião em desenvolvimento começam a produzir uma hormona chamada Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG). Esta hormona mantém o corpo lúteo, que continua a produzir progesterona até que o feto em desenvolvimento consiga produzir as suas próprias hormonas. Os testes de gravidez são baseados na deteção de um aumento no nível desta hormona. Se a HCG for detetada, o resultado do teste de gravidez dá positivo.